COMO DEFINIR O MELHOR CULTIVO PARA SUA ORQUIDEA.



Brassolaeliocattleya durigan- DNA de tres espécies
 de orquideas, Brassavola, Cattleya e Laelia,
 misturadas entre muitos cruzamentos. Resultado: Planta

com mais recursos de crescimento e floração
É comum se falar em orquídeas como as plantas mais evoluídas da natureza, mas para a maioria dos botânicos e especialistas no assunto não é dessa forma que definem as plantas. 
Para quem investiga o fenômeno da evolução estudando as populações de seres vivos e suas transformações ao longo do tempo a definição das plantas é feita de outra forma. 
Em trabalhos publicados e livros especializados como o de Charles Darwin, chamado “A origem das espécies”, não se propõe esse tipo de definição mais evoluído ou menos evoluído, e ao contrário esse pensamento é criticado. Ao invés disso o que se fala é em seres vivos mais complexos ou menos complexos. 
Catasetum- uma das espécies de orquídea mais complexas- 
possibilidade de três tipos de flores: masculina, feminina e hermafrodita.
 na foto a planta emitiu na haste floral uma flor feminina e 
uma hermafrodita, para que no caso de conseguir uma "visita"
 de um polinizador conseguir ser fecundada e produzir sementes.

No reino vegetal o que se avalia é a capacidade de se transformar e se adaptar as mudanças do meio e a capacidade de se adaptar aos novos habitats através da dispersão das sementes.
 As plantas mais complexas da natureza são as angiospermas, pois são as que possuem mais recursos e as orquídeas também estão entre elas. 


Brassavola perrini- Espécie de orquídea  de crescimento simpodial muito usada em cruzamentos por sua complexidade. Suas folhas são grossas e coriaceas, resistentes a seca e a insolação. A sua floração é farta e perfumada atraindo seus polinizadores. Consegue se adaptar a muitos tipos de ambientes. Seus híbridos recebem em seu DNA toda essas características!
As orquideas foram evoluindo ao longo de milhares de anos e criando recursos para conseguirem viver sob as árvores em busca de melhores condições de luz, e em locais onde outras espécies de plantas não vegetam como nas pedras no alto das montanhas mineiras.
 Para conseguir vegetar e conseguir recursos as orquideas precisaram desenvolver e melhorar as raízes, as folhas e as flores, que possuem tanto a parte masculina como a feminina.
 Os principais parceiros das orquideas são os insetos e pássaros, pois através da parceria com eles pode ser polinizada e gerar suas sementes. Pode ser também autopolinizada.
Para quem cultiva ou quer cultivar orquídeas, a grande sacada é procurar saber informações sobre a planta que vai adquirir, saber sobre o clima e as características da espécie, enfim saber sobre a historia da espécie se é do Brasil ou de que parte do mundo, pois é importante e imprescindível, alem de ser muito gratificante aprender sobre o novo que encanta... 
 Se você não pesquisou antes de comprar a planta deve perguntar ao vendedor pelo menos o nome, pois com essa informação é possível pesquisar informações e ver imagens dos diversos habitats pelo mundo pelo computador!! Nunca foi tão fácil cultivar plantas e flores em casa, o grande desafio agora é trabalhar a ansiedade, melhorar a observação e a cultura sobre as plantas e viver muitos momentos felizes.

Blc. Melody Fair 'Carol'
"Neste mundo moderno, cheio de pressões e cobranças, 
cultivar orquídeas é a maneira mais correta de se equilibrar.
 Uma orquídea a mais, um remédio e um psiquiatra a menos.”
 Dr. Humberto Epiphanio

As orquideas são seres vivos e por isso estão suscetiveis a não se adaptarem a novos locais e tratos, não adquira uma planta se não for realmente cuidar dela ou dar condições para que ela sobreviva no ambiente que tem na sua casa.  
 No planeta todo com exceção da Antártida, existem habitats dos mais variados climas e em todos eles podem existem orquídeas. Cada espécie se adapta e evolui conforme a necessidade de sobrevivência. O motivo é o processo adaptativo das espécies de orquídeas, que por causa das características do habitat tem modificações em determinada parte vegetal como as raízes, folhas, flores e bulbos. tornando uma espécie particularmente diferente da outra.
 O numero de espécies catalogadas passa de 20.000 (vinte mil) no mundo todo, divididas em gêneros de espécies próximas como a conhecida "chuva de ouro" e ou "dama dançante", e que pertence a espécie Oncidium e o nome cientifico é Oncidium varicosum.
Oncidium varicosum- Espécie conhecida como "chuva de ouro"- Muito usada na produção comercial sendo muito hibridada também pois é de facil cultivo e floração farta!!
Brassocattleya Hippodamia Kelvin Lucky-
Hibrido entre duas espécies naturais.
Brassavola e Cattleya. Neste ano de 2015

a planta está florescendo pela terceira vez!
esata tambem é uma vantagem das plantas hibridas.

 Alem das espécies naturais existem os híbridos que são resultado de cruzamentos entre espécies, como a Brassocattleya Hippodamia kelvin luck,(Cruzamento de duas espécies: Brassavola e Cattleya). 
Isso acaba aumentando e muito esse numero, podendo passar facilmente dos 100.000(cem mil). Existem plantas hoje resultado de anos de cruzamentos possuindo o dna de varias espécies como por exemplo a espécie Potinara Kozo's Scarlet 'vi emi' logo abaixo.

Potinara Kozo's Scatlet 'vi emi'- que é o resultado da mistura de
quatro espécie: Cattleya, Brassavola, Laelia e Soprhonitis.
Parece assustador saber disso no começo, porque se imagina que deva ser quase impossível conhecer as necessidades de todas. Sentimento que é reforçado quando as primeiras orquideas morrem! Costuma acontecer com quem está aprendendo. Feliz quem nunca perdeu uma orquídea...
Mas é preciso saber que, apesar de existir uma grande diversidade  de tipos de orquídeas cada uma com suas flores distintas, a maneira como crescem é bem parecida e saber disso já ajuda a observar e conhecer melhor as orquideas, facilitando o manejo. Desde a escolha do melhor tipo de vaso, qual a frequência da rega, a melhor iluminação e até como alimenta-la atravez da adubação.
  A maneira como as orquideas crescem pode ser dividida em dois tipos de crescimento principais:
Crescimento na Vertical e o crescimento na horizontal.

(vertical)
Vanda Pachara x Vanda Pachara Delight
Crescimento monopodial: No tipo de crescimento monopodial, as plantas crescem na vertical e por isso possuem caule aéreo e crescem emitindo folhas alternadas para esquerda e direita sucessivamente a partir de uma única gema apical(no ápice da planta) que persiste por toda sua vida.
 A evolução das plantas monopodiais seguiu as características dos habitat de origem desse tipo de orquídea, onde não é necessário ter uma grande reserva de nutrientes e de água, pois sobrevivem em ambientes com muita umidade no ar. 
Sendo assim não possuem uma estrutura exclusiva para armazenamento de recursos, e são as folhas e o caule aéreo que fazem essa função na planta.
Exemplos de espécies que tem crescimento monopodial: Phalaenopsis,Vandas, Rinchostyllis, Angraecum, entre outras. São plantas originarias de ambientes mais úmidos e quentes e consequentemente com muito mais oferta nutritiva.
Phalaenopsis, Crescimento igual as Vandas, mas com
necessidades diferentes. Enquanto as Vandas na sua
maioria preferem mais luz as phalaenopsis podem
queimar as folhas se expostas a luz solar direta.
Phalaenopsis brotando um keiki(bebe) na haste floral,
 após perder a gema apical(ataque de bactéria)
 condenando seu crescimento definitivamente.
A parte onde as folhas crescem é sem
duvida a parte que mais se deva ter cuidado com agua
em excesso, pois do mesmo jeito que é benéfica,
também pode carregar as sementes de fungos e
bactérias e atacar a planta. Como recurso para se
salvar e por ter crescimento vertical consegue
alcançar os galhos mais altos brotando dessa

 forma no habitat
 Costumam florescer mais vezes e com uma durabilidade maior. Quanto mais folhas emitem maiores as chances de florir, pois no caso do crescimento na vertical a floração se dá a partir do caule entre as folhas carnosas, que por sua vez servem também para armazenar água e nutrientes. São na sua maioria espécies que habitam florestas quentes e umidas. São regiões pantanosas da Ásia tropical, com farta umidade é o tipo de habitat que a espécie de orquídea não precisa desenvolver uma reserva muito grande de recursos, mas em contra partida essa oferta toda fez dos habitats locais mais sombreados e em busca de luz a planta desenvolveu o crescimento para cima, inclusive os "keikis"(bebes) que emite são gerados em gemas de suas hastes florais bem mais desenvolvidas do que outras espécies, pois dessa forma ela pode florir e crescer alcançando outros locais em busca de luz.
 alem disso a durabilidade das flores é muito maior podendo passar dos três meses consecutivos dependendo da espécie. Logicamente que como existem uma infinidade de habitats com suas características, também existem espécies de crescimento monopodial que vive a pleno sol como a espécie Renanthera abaixo, que cresce de forma terrestre e epifita se fixando e subindo ao lado de árvores e palmeiras: 
Sabendo disso, o manejo, a escolha do vaso e do substrato alem do local de cultivo é que vão influenciar no sucesso ou no fracasso das plantas.


Planta de crescimento
 Simpodial- "Caminha no vaso"
(horizontal)
A floração  nas orquideas simpodiais 
acontece sempre na "frente", onde o 
novo bulbo surge, por isso a importância
 do desenvolvimento pleno de cada novo 
broto, pois eles são a esperança de flor,
 como nessa
hibrida Laeliocattleya Mini Purple.
Crescimento Simpodial: No tipo de crescimento simpodial, as plantas crescem na horizontal a partir do rizoma que é uma espécie de caule deitado, protegido por brácteas de cor marrom, e rico em reserva de nutrientes. O rizoma é o eixo de crescimento das Simpodiais e uma das estruturas mais importantes, pois é através dele que a planta emite brotos que depois de desenvolvidos darão origem as flores.
Nas orquídeas simpodiais cada novo broto dará origem a um tipo de caule chamado pseudobulbo, que é uma estrutura de reserva da planta e sustenta as folhas e flores.  
Espécie Dendrobium- seus pseudobulbos são
 conhecidos como cana. Os antigos costumam
perder as folhas para florir enquanto
os novos(com folhas) crescem vigorosamente.

Os pseudobulbos são a reserva da planta 
que chega a ficar 60 dias sem rega,
 apenas com a umidade do sereno noturno.

O pseudobulbo pode ter outros nomes também, como cana, rama, etc, dependendo da espécie, do local onde provem e de suas características morfológicas.

Paphiopedilum- espécie de crescimento simpodial,
 fácil de confundir com monopodial. a diferença
 é que essa espécie de orquídea, apesar de possuir 
rizoma, tem o crescimento das folhas da 
mesma forma que uma monopodial. Sendo assim
a espécie tem crescimento limitado culminando
com a floração que sai da gema apical e não das
 axilas das folhas como nas monopodiais. O rizoma 
é curto e dele se originam os brotos , que também
 são conhecidos como fascículos.

O que define o tipo de estrutura de armazenamento é a característica da espécie e do clima do habitat de origem. Se a espécie provem de locais que passam por períodos prolongados de seca, desenvolve bulbos vigorosos, pois é exigindo uma boa reserva de água e nutrientes para os períodos de estiagem. Se provem de matas fechadas que possuem bastante umidade ambiente que uma grande reserva não se torne tão necessário, desenvolve mais folhas pois ai a necessidade de captar a luz é maior que a de guardar nutrientes.
Os tipos de crescimento nas orquideas são dois Principais, mas com algumas variações no crescimento simpodial (horizontal).

Abaixo a descrição das variações possiveis sendo que todos são exemplos de crescimento simpodial:


Cimbydium- forma enormes touceiras de
bulbos aglomerados.

Crescimento cespitoso: é um termo botânico que se refere ao modo como algumas plantas crescem lançando novos brotos ou caules de maneira aglomerada, geralmente formando uma touceira ou espesso tapete e formando touceiras.








Brassavola glauca- cresce para frente
como se estivesse "escalando". 
Crescimento escandente: é um termo botânico que se refere à maneira como algumas plantas crescem emitindo novos brotos para o alto, de modo a subir pelas árvores em direção à luz. Em geral as espécies epifitas, apesar que esse é um recurso de muitas espécies para tambem superar obstáculos e tambem "fugir" de substratos ruins.










Maxillaria tenuifolia- nesse plantio foi usado 
uma casca de madeira e colodada dentro do
vaso plastico. Cultivo pendurado. Tolera luz 
mais intensa sob sombrite 50% ou 70%. 
Preferencia sol da manhã.  A Rega diária na 
primavera/verão.

 Crescimento Subcespitoso: Mistura entre o escandente e o cespitoso, como ocorre com as Brassavolas e algumas Maxillarias, por exemplo que se desenvolvem,para cima, para os lados e aéreo.









Cattleya aclandiae- cresce como se estivesse
rastejando. Adaptação para viver no habitat.





Crescimento reptante: (lembra réptil, rastejante) é um termo botânico que se refere ao modo como algumas plantas crescem emitindo brotos da maneira rastejante bem junto ao solo ou ao seu hospedeiro, geralmente formando um tapete.
















Para se obter sucesso no cultivo, alem de procurar se informar sobre a espécie e suas características para que possam ser cultivadas da melhor forma, é necessário entender como
funciona o ciclo da planta. 
As orquideas tem uma fase "inicial" , de brotação onde vão acumular recursos, brotando e crescendo até atingirem sua maturidade vegetal e podendo sustentar a tão sonhada floração que enche os nossos olhos! Nessa fase os recursos do meio, como a umidade, a luz e a ventilação não podem faltar. E a parte de quem cultiva também não, por isso é preciso adubar e observar o crescimento, alem de manter uma proteção ativa e natural. 



 


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